Zé Cigano espera com os cinco filhos que a mulher acabe de parir. Quando a comadre grita “Gémeos” Zé desvairado tenta meter o último de volta ao útero.
Se me falares te falarei, se me parlares te parlarei, se te calares não me calarei... Palavras alinhadas, alinhavadas, ora sérias ora tresloucadas
Zé Cigano espera com os cinco filhos que a mulher acabe de parir. Quando a comadre grita “Gémeos” Zé desvairado tenta meter o último de volta ao útero.
Um grupo de árvores, casacos de neve vestidos, espera o anoitecer para ir à Ceia de Natal.
MC 030 – Suspiro
Tomé afastou a feijoada onde dois ovos o olhavam lembrando a galinha roubada à vizinha que saíra gritando pelada a meio da noite. Belos ovos, suspirou!
Arranjando as unhas do deputado recém eleito, Betinha sonha com praias e palmeiras enquanto sorri promissora, tentando esquecer a verruga no nariz.
A ambulância corria louca pela cidade gritando passagem. O balão de soro seguiu o ferido porta fora naquela noite de luar.
Elegante D.Ema rege, batuta em punho, o orfeão da escola. No gesto largo o colar de pérolas solta-se como lágrimas. As alunas festejam a aula acabada.
O mendigo esticou a perna e fez cair D. Amélia sobre o cão que ganindo saltou sobre o pedinte, espalhando o ganho do dia pela rua. Ela seguiu feliz
Abriu as janelas, retirou os panos que cobriam o espelho, sentou-se ao piano jogando o cabelo para trás e tocou um Alegro ma non tropo.
Depois de pintar as sobrancelhas ralas, Dona Aurélia traçou na cabeça um risco ao meio e chamou a criada para lhe emprestar as tranças.
De noite, sozinho na cama, ele sonhava que subia, descia e se perdia entre luxuriantes montes de Montes de Vénus.
A mulher careca, escolheu a sua mais deslumbrante e loira peruca passou baton e rimel e foi assistir ao velório da amiga.