Casa abandonada, poucas pessoas a olham de frente, apressam o passo como diante da Velha que nem estende a mão, apenas está, dentro de seu passado.
Se me falares te falarei, se me parlares te parlarei, se te calares não me calarei... Palavras alinhadas, alinhavadas, ora sérias ora tresloucadas
Casa abandonada, poucas pessoas a olham de frente, apressam o passo como diante da Velha que nem estende a mão, apenas está, dentro de seu passado.
Um sussurro, um bater de asas e sobre o muro surge altivo e belo um pavão. Azul profundo único, brilhante. Oh presença mitológica dos mil olhos...
Já não há amoras bordejando o caminho nem o ranger dos carros de bois, mas nos muros de pedra-solta vestidos de musgo há histórias antigas a murmurar.
O céu estava tão azul e havia tanto verde à volta que aquela velha árvore de braços negros erguidos tinha a força de um grito, como se fora um aviso.
Levaram todo o ano a trabalhar, a juntar dinheiro para umas férias na praia.
Por fim chegados, sentaram-se num banco da estrada de costas para o mar
Último dia de aulas, silêncio, paz.
O pardal deu três saltos e apanhou a lagarta.
O vento fez a velha cair nos braços dum jovem modelo que se olhava na vitrine.
Dona Luísa falando ao telefone olhava-se no largo espelho da sala e suas conversas por vezes paravam suspensas no gesto de se alindar.